A essa altura da minha vida, não quero mais fazer concessões ao politicamente correto .Quero assumir despudoradamente as minhas paixões pela vida, pela alegria de viver e por você, felicidade, que há anos habita o imaginário das minhas emoções mais vívidas e puras.
Não quero mais ter 15 anos – eu era boba.
Não quero mais ter 18 anos – eu era deslumbrada.
Não quero mais ter 25 anos – eu era um poço de interrogações, do que fazer, pra onde ir e com quem estar.
Não quero mais ter 30 anos – eu já tenho todas as respostas, mas não sei o que fazer com elas.
Eu quero chegar aos 40 sem medo de envelhecer.
Eu quero ter 50, 60, 70, 80 e poder somar todas essas vivências e transformá-las em algo lúdico e que me dê prazer.
Eu quero me vestir de colombina outra vez e me deslumbrar em encantamentos pela vida. Quero recolher das interrogações dos meus 25 anos, apenas as certezas do que me fez feliz. E com as convicções dos 30 um caminho trilhado com sabedoria e paciência, uma paciência e tolerância zen-budista para entender e aceitar que nem tudo que reluz, é ouro, e ainda assim correr atrás do verde esperança.
Eu quero olhar para as minhas primeiras rugas, no espelho, e lembrar que elas contam um pouco do que já vivi, do que fui e do que conquistei.
A essa altura da minha vida, não quero sabotar os meus sentimentos em busca de um status que me massifique e me torne igual.
Quero agarrar a vida pela mão e com ela viajar por prados verdejantes e planícies nunca antes freqüentadas; sem lenço, sem documento e sem data para voltar.
Quero a partir daí, fazer 50, 60, 70, 80, quiçá 100, e poder dizer: Vivi! Dei uma volta ao redor de mim mesma, desfiz malas e bagagens desnecessárias, tirei todo o fardo que puseram em cima dos meus ombros e fui feliz. Despudoradamente Feliz!!!
Este texto foi feito em homenagem a minha filha Danielle.