Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

setembro 22, 2007

Queria!



Queria poder me reinventar, me reconstruir, buscar, nos escombros do que restou de nós dois, apenas o que de bom pudesse servir para edificar uma nova morada, onde a varanda da casa solidão, que tantas vezes acolheu-me em prantos, pudesse ser testemunha do encontro de um novo amor. Um novo amor, um amor novinho em folha, sem pedaços, nem partidas...
Ando querendo me reconstruir, e nesse processo, estou em busca do que sobrou da história de amor de nós dois.
São as saudades esquecidas que eu deixei adormecer no baú das minhas recordações.
Saudades que o tempo não destruiu, cenas em flashback de um sonho de amor, numa noite de verão.
São saudades de ternuras desfeitas, de desejos não realizados, de carinhos abortados a caminho do teu coração.
Ah! quanto de mim ficou perdido nesses destroços: a minha alegria menina, o meu olhar juvenil, o encantamento do primeiro amor e o desejo, ainda em flor.
Queria poder recuperar parte do que fui, para hoje, juntar ao que sou, e inteira poder me entregar a plenitude desse novo amor.

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