Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

setembro 20, 2007

Talvez















Não sei mais brincar com as palavras! De repente, em minha vida, o sol se pôs no horizonte antes cheio de promessas – você tardou e o anoitecer prenunciou uma manhã cinzenta de céu e de lágrimas...

O que fazer agora com os sonhos recolhidos da primavera da minha juventude e trazidos à tona apenas pelo compromisso de um reencontro? Preciso me situar entre o sonho, a fantasia, o desejo e essa teimosa realidade que finca os meus pés no chão e desvia os meus olhos das estrelas aonde ando buscando você em noites de solitários devaneios.

Preciso estender a minha colcha de retalhos, esse quadro de momentos e histórias de vida que compõe o cenário de uma existência inteira. Recolher sonhos, essa é a palavra de ordem! Mas o que fazer com o coração cheio de alegria, em expectativa, transbordando felicidade através do olhar? Resgatar o “tempo que adormece as paixões”, esse, sim, é o único comando que o meu coração pedinte e carente ousa obedecer.

Ando pesquisando no passado pedaços de mim que ocultei de você. Retalhos de uma história de amor, que ficou ao sabor dos ventos e que hoje tal e qual um redemoinho, vêm em minha direção, provocando um turbilhão de sentimentos contraditórios. Entre o sim e o não, eu me permito o talvez.

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