Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

outubro 05, 2007

Até um Dia!



Há instantes em nossas vidas em que procuramos a palavra certa, o momento ideal, o espaço necessário para abrigar todos os sentimentos e afetos e nos deparamos com o inevitável tic-tac do relógio indicando que algo inacabável espera por nossa atenção. Aí pensamos: não tem importância! Ainda há muito tempo para dizer do meu amor, da minha dor, da minha saudade ou seja do que for. Ainda há muito tempo para falar frases esquecidas, palavras não ditas, para justificar silêncios e ausências e dizer num só instante, o que se esperou uma vida inteira para ouvir.
Acontece que os minutos, as horas e os momentos vão passando, nos lembrando que nada dura para sempre, que nada é eterno, e assim, os instantes vão se perdendo, escorrendo por entre os dedos como a areia da praia. Por isso quero dizer – hoje - a você que habita o imaginário dos meus sonhos e pontua de reticências a minha poesia: não se vá, não desista de mim!
Você é o jardineiro fiel da minha alma, em noites de profunda magia. Você é quem me cobre de versos e juras de amor eterno, é o meu porto seguro, onde me encontro, na certeza de que nunca estarei sozinha. Você é quem me veste de margaridas e perfuma cada parte do meu corpo com a delicadeza do seu amor. Você, de quem hoje estou partindo, sem fantasia, sem mais saudade, não se vá... ainda, espere por mim! ... até um dia, até talvez, até quem sabe!

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