O meu olhar atravessa os vidros do carro e se detém no mesmo lugar de sempre: a nossa praça, onde tudo começou.
Viajo no tempo e as lembranças de nós dois silenciam o tic-tac do relógio, trazendo de volta, o passado.
Olho ao redor e vejo a “mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim.” Busco novamente os ponteiros do relógio e numa súplica silenciosa, peço-lhe que detenha o tempo para que as minhas recordações desfilem na passarela das saudades esquecidas. Mãos entrelaçadas, olhos nos olhos, um coração juvenil prestes a explodir de tanta felicidade, denunciam que o amor está no ar.
Um gostinho de saudade traz ainda cheiros e aromas que perfumam as minhas lembranças: um perfume, um refrigerante, uma tarde de cinema e pipoca (nosso primeiro filme juntos) um cheirinho de cachorro quente e churrasquinho, presença certa na Festa das Neves, tudo isso e a música que toca no rádio trazem você de volta.
São reminiscências de um passado, se fazendo presente em doces momentos para festejar a saudade que chega de mansinho, lembrando que o “amor é imprescindível e a solidão é apenas um acidente de percurso”