Gente, alguém aí da geração anos sessenta, pode me dizer o que aconteceu com as cartas de amor, escritas em papéis perfumados, com uma caligrafia - era assim que se chamava naquela época - pra lá de caprichada e colocadas em envelopes brancos, com bordas em verde e amarelo?
Quem dessa geração não provou o gostinho de ficar horas a fio no portão, muitas vezes ao sol a pino, só para receber do carteiro a missiva tão esperada?
Por onde andará, hoje, as cartas de amor e o próprio amor? Para aonde foram os carteiros - de um tempo tão distante - mensageiros de tantas alegrias e portadores de carinhos enrolados em papéis acetinados, falando de saudades e de bem-quereres?
Em que esquinas se perderam os sentimentos e os afetos de outrora, que falavam a linguagem da emoção e do amor puro e ingênuo? Para onde irão hoje os casais de namorados, quando a noite de lua cheia iluminar o céu e salpicar de estrelas as nossas noites de verão?
O mar, outrora cúmplice do luar, já não atrai para si os casais de namorados. O amor mudou de cara e de endereço! Tem as feições do anonimato e o seu endereço agora é eletrônico: beija-flor@dizescomquemficas.com Não se conjuga mais o verbo amar, a onda agora, é ficar! Os carteiros perderam a serventia como emissários de cartas de amor, foram substituídos por máquinas, pelo avanço tecnológico, pelo tal progresso. Progresso de quê, diga lá, meu senhor? A linguagem ficou mais pobre, você virou vc, não virou naum, também virou tb e as cartas agora, chamam-se e-mails. E o amor, esse não teve alternativas: Para não mudar de nome e de endereço, bateu asas e voou.
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