Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

fevereiro 21, 2008

Divagações


Por que será?



Por que será que nós mulheres estamos sempre à procura ou à espera do famoso ‘conto de fadas’, eternizado na fala da atriz Julia Roberts, no filme: Uma Linda Mulher? O que nos faz pensar e escolher como prioridade em nossas vidas, numa época de relações tão descartáveis, o amor romântico como símbolo do amor perfeito?
Por que não podemos ser tão pragmáticas quanto os homens? Em que manual foi escrito que um papel secundário e de submissão, cabia às mulheres nos seus relacionamentos? Herança materna, com certeza foi um dos modelos, mas já não se aplica à nova geração dos ficantes e das amizades coloridas, que por certo ainda perduram por esses tempos de amores também virtuais.


Esboço!

Às vezes penso que sei tudo sobre o amor e enumero em minha cabeça um elenco de motivos pelos quais acho que posso justificar o meu amor por alguém. Outras vezes, teorizo tanto que na prática me perco ao tentar entender o amor que sinto. Desisti de tentar explicar e justificar o amor. Ele não é para ser entendido e sim, para ser vivido pleno e intensamente, como disse Vinícius de Moraes: e que seja eterno enquanto dure.
Só peço que deixe na alma e no coração o sabor de ter valido a pena, de querer bis e que a dor da saudade não machuque tanto, não sufoque tanto que tire o sabor do desejo, da espera e da certeza, de que viemos ao mundo para amar alguém tão especial quanto nós, que ainda sabemos, em meio a tanto desamor, olhar nos olhos do outro com cumplicidade, lealdade, ternura, carinho, tesão e dizer: eu te amo.


Balanço!

Estive fazendo um balanço das minhas vivências e verifiquei que entre perdas e ganhos, o saldo foi positivo. Entrei virgem no mercado das ilusões e o superávit da balança comercial aumentou consideravelmente a minha experiência, tornando-me uma expert em detectar emoções fraudulentas. No balcão onde expus as minhas mercadorias, não sobrou, uma! No atacado ou no varejo, foram servidos todos os meus mais nobres e puros sentimentos. Não houve um ‘quem dá mais’, uma promoção nos preços ou coisa semelhante. Mantive-me fiel aos meus princípios éticos, morais e religiosos: Doei tudo, e a uma só instituição.
Zerei o caixa e no livro de registro deixei inventariado tudo o que passei que é para não ter motivo de pensar numa volta. Dei baixa na junta comercial. Fechei a casa e entreguei as chaves. Estou livre!

Um comentário:

Fernanda disse...

Ahh, amei o balanço!!!! Mas como você disse nas divagações, hoje em dia, ter um balanço tão certinho desses, está difícil. E o que aparece de "caixa 2" é uma loucura!

Amei!!!

Beijo!