Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

maio 24, 2008

Quem eu Sou?




A quem interessar possa eu quero dizer que não tenho pretensões literárias. Escrevo para exorcizar velhos amores e curar antigas feridas. As palavras me vêm como beija-flores: pousam e vão embora. Percorro todo o alfabeto velozmente, brincando com as palavras, tentando dar-lhes sentido para ver se alguma coisa aqui dentro - do coração - faz eco.
E entre uma frase e outra eu, às vezes, tropeço nas palavras dando-lhes um peso e uma importância que já não têm mais.

Quem eu sou, pergunto-me? Sou a soma das palavras que se juntam para falarem de amor. Tenho-as no céu da boca adoçadas pelo mel que escorrem dos amores finitos.

Ainda não consegui o meu alvará de soltura em matéria de amor. Falta-me atrevimento, ousadia para tentar um novo caminho que me liberte da zona de conforto onde eu me refugiei. Em meu sítio de memórias ainda guardo velhas lembranças que se deixam corroer pelas traças, mas não abrem mão do passado e seu cheiro de naftalina. Tento provocar avarias desconstruindo personagens mitificadas, mas o amor não quer tirar férias em meu coração. Então eu vou seguindo à trilha deixando que os meus passos contem, passo a passo, quem eu sou.

2 comentários:

Lúcia Temóteo disse...

Viva a palavra que cura, que exorciza, que traz a memória, que constrói passos. Viva as suas palavras!

Anônimo disse...

Às vezes, falar sobre o amor não tem o mesmo peso que sentir e vivenciar o amor em nível mais sutil. O quero dizer é que, muitas vezes, a metalinguagem em si não é suficiente. Por isso, acho que perceber o amor em sua expressão mais silenciosa, talvez seja o caminho rumo a auto-descoberta.
Danielle