Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

março 01, 2011

Autorretrato




Não nasci pronto, nem com manual de instrução. Pelo contrário, amanheço todos os dias quando observo os meus erros, as minhas imperfeições e tento corrigi-los. Mas, uma coisa é certa: convivo muito bem com aquilo que estou me tornando.

Já fui belo e feio; moço e velho; inteligente e sem memória... Esquecido. Tive poder, fama e dinheiro e tudo o que me sobrou foi: a solidão, o vazio e sete palmos de terra.

Vaidades? Tenho poucas, talvez a única da qual me orgulhe seja gostar demais de mim: daquilo que não sou e do que não tenho, pois, do que sou e do que tenho, nada é meu.

Então, quem eu sou e o que tenho?

- Sou o tempo... Senhor da razão! E, tudo o que tenho é o amor incondicional, irrestrito e atemporal.

Sirvam-se!