Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

abril 01, 2011

Convite





Há dias que eu acordo assim: garimpando letras para brincar com as palavras. É que dentro de mim há uma saudade doída procurando esconder-se nas entrelinhas. Sinto falta do amor!

Sei dos meus limites, mas sei também desse afeto que transborda das frases não ditas... O que eu sinto não se esgota  na ausência nem no silêncio. Ainda procuro. Insisto!


Sonho com a revolução desse sentimento: amor versus orgulho, vaidade, negação... Solidão!


Às vezes, sinto ímpetos de dizer: para! Para esse planeta que eu quero descer! Esse não é um lugar de gente bem resolvida onde o amor pode quebrar todas as regras e as pessoas sentirem-se felizes!


Por isso, do que sinto - e que está mais perto do riso do que do pranto - me dá vontade de falar, pois tenho sede, muita sede de saber a medida certa das coisas.


Por que amar dói? Qual a medida exata do amor?


(...)


E, por não saber, faço-te um convite:


Tu que habitas esse planeta e, solitário, desejas companhia, vem ao meu encontro.


Também estou deserta, despovoada. Sinto-me só, mas não sozinha!


Não te quero herói, somente homem... Humano! Dispenso adjetivos desnecessários...


Quero-te inteiro, sem manhas nem artimanhas.


Há espaço para nós dois se o teu propósito for igual ao meu: somar!


Vem!

7 comentários:

chica disse...

Lindo e intenso convite...beijos,tudo de bom,chica

lis disse...

Oi Juliêta
Há dias assim mesmo que até o vento sopra baixinho aquela vontade do amor.
Do telefone que toca e voce sabe quem é , das noites e das conversas longas.rs
Amar não dói Ju a falta dele sim.
Vou pegar emprestado esse Convite e mandar pro meu amor rs
quem sabe ele vem? rs

Juliêta voce sabe garimpar letras , sabe amar
Ame , nao espere muito que ele venha
Vá !

um grande abraço e os parabéns pela lindeza de crônica.

beijinhos

Ayanne Sobral disse...

'Qual a medida exata do amor?'

Ah, que belo convite!

AC disse...

Um autêntico manifesto, Juliêta! E feito de coração aberto!

Beijo :)

Carinne Barbosa disse...

Lindo o seu convite! Se encaixa perfeitamente em situações de várias pessoas, incluse na minha, rs.

Um beijo doce.

Juliana Almeida disse...

No dia da "mentira", Juliêta escreve um texto cheio de verdades e intensidades. E resolve revelar-se e corajosamente expõe-se a convidar ao encontro.

Que lindo, mãe. Que a vida traga - a todas e todos que buscam - a "valentia poética" daqueles que não têm medo de ter um amor de verdade: que ante as "manhas e artimanhas", se revele sentido, antes de tudo.
Um bjo, sua filha.

Anônimo disse...

Boa noite Julieta.

Seu texto mostra bem como a gente foge dessas vontades que muitas vezes não podem ser satisfeitas:
Escrevinhando!
Na escrita, ultrapassamos limites, mudamos o curso torto, contamos saudades, choramos amores, mesmo que seja nas entrelinhas, meio contado, meio oculto.
Obrigada pela visita, seu carinho foi presente de niver.
Beijos