Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

fevereiro 25, 2013

O Poder do Sim e do Não





Caminhava pelos corredores de um hospital, em plena semana carnavalesca, quando lembrei-me do velho e querido professor de redação. Certamente, pensei, se eu o encontrasse agora, ele iria fazer-me passar por mais uma de suas famosas "pegadinhas".
Diria: - Fale-me sobre o poder do Sim e do Não.

Nessa hora, os meus olhos percorriam todas as alas daquele lugar e, tristes, viam como o poder de uma simples palavra pode causar tanta dor e destruição...

Ah, professor, quantos anos desperdiçados pelo poder de um som, monossilábico: Não! E, todos os projetos de vida que um dia ousamos sonhar estarão perdidos para sempre.

Quantos sonhos e esperanças abortados! Quantas veias, ressequidas pela amargura, angústia e aflição, dormem em cada leito daquele hospital. Ali, só habitam a tristeza e a solidão.

Entretanto, basta um passo, uma palavra amiga, uma mão estendida, um sorriso aberto, um abraço ou qualquer pequeno gesto de carinho e, de repente, não mais que de repente, explode em luz o poder do Sim a iluminar o nosso caminho.

O Sim, essa porta aberta para a paz, harmonia, saúde e felicidade. O Sim, e o "Muro de Berlim", da indiferença, do egoísmo e da omissão derrubados. O Sim: abraço dado, perdão concedido e saúde física e mental restituídos.

Por isso, professor, nesse momento em que caminho por entre as alas desse hospital e só escuto choros, gemidos e arrependimentos, enquanto lá de fora, o riso, a alegria e a esperança chegam aos meus ouvidos, eu decido: daqui por diante, escolho o poder do Sim... O Sim, esse sangue bom correndo nas veias e uma certeza: morrer!?... Só se for de amor.

Um comentário:

lis disse...

Oi Juliêta querida
E voltou poderosa! sempre é assim, emerge do silêncio e volta repleta de bons textos ,de mensagens do cotidiano que tanto gosto!
Interessante como temos sonhos que se realizam pela metade _ quem sabe falta mesmo esse Poder do SIM , ir lá e fazer o sonho acontecer!
Espero muito que consigamos ainda Ju,sempre há muito tempo quando nossa alma é bonita e pura,
Esse período do verão só queremos sol praia e muita água de coco ainda belas paisagens_ rs,
estou em Vitória por uma temporada maior, a cidade é linda também!
Obrigada Ju por linda crônica_ quando sai outra edição ? fico aguardando tá?
beijinhos e bons muito bons dias ,