Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

janeiro 01, 2015

Fraturas do Cotidiano











Hoje, quando os primeiros raios de sol despontarem no horizonte, eu desejo que o meu dia seja “escandalosamente perfeito”. É início de ano. Um tempo de renovação. Possibilidades em folha de escrever uma nova história e de restaurar as fraturas do cotidiano. Penso nisso e lembro-me da minha trajetória e, de que maneira, resolvi mudar o curso do meu destino.

- Quando eu nasci era uma página em branco e, sem querer, assinei um termo de concordância onde as pessoas escreveriam o que quisessem sobre mim. Indefesa, fiquei a mercê do humor, da boa vontade e, principalmente, da sanidade de quem tinha caneta, lápis e papel em mãos. Durante anos, me submeti a tirania do você, é assim e para sempre será, marca indelével dos que ferram o gado para garantir-lhes a propriedade... Esquecia-me, constantemente, de que alguém já dissera: - "crise é tormenta, mas também possibilidade de reformulação interior". Porém, ao atingir a maturidade, encontrei uma porteira entreaberta - um vislumbre de libertação - que me permitiu abrir a consciência, dar o meu grito de liberdade e livrar a minha alma do cativeiro...

- A partir de agora, disse eu, ninguém me dirá quem sou, nem o que fazer com os dias que me restam. Estou livre! Sou absolutamente responsável pelas escolhas e pelos caminhos que trilho. E, em sendo assim, liberto também os meus algozes... Parto para a vida de peito aberto, esquecendo os grilhões da tirania alheia.

E, foi dessa forma, com o coração de aprendiz, que eu olhei para o que foi vivido e, sem ter medo de reinventar o meu próprio percurso, interrompi a história que os outros contavam sobre mim, criando assim o filme da minha vida e assumindo de vez o lugar de protagonista que me cabia em cena...

Por isso, hoje, quando os primeiros raios de sol levantarem-se na manhã deste ano que se inicia, eu lembrarei do compromisso que assumi comigo mesma de que a ninguém mais daria o poder sobre a minha vida e sobre as minhas escolhas. E, que, 2015 não ficará restrito a apenas um dia, mas a um ano escandalosamente perfeito, naquilo que depender de mim. Feliz Ano Novo, Juliêta Almeida!



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