Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

março 25, 2012

Reescrevendo a Vida




Viver é escrever a sua história de próprio punho. É ser autor do seu destino...

Nascemos sem passado. Somos folhas de papel em branco, onde as pessoas brincam com as palavras e vão criando o roteiro da nossa vida. Nas primeiras experiências estamos absolutamente entregues, tal qual o barro nas mãos do oleiro. Sem reservas! O tempo, esse compositor de destinos, dirá o que prevaleceu na arte de escrever: se a onipotência ou a sensibilidade das pessoas que passam no caminho e deixam suas marcas impressas na nossa alma...

Debruçando-me, hoje, sobre as lembranças, acredito que a primeira opção é responsável por vivermos em constante rota de fuga para esquecer o passado. Isto significa dizer que, em determinados momentos, damos poder demais às pessoas e quando elas nos tomam de assalto a fé e a confiança, recomeçar se faz necessário. Nessa hora, é importante lembrar que sempre é possível reconstruir caminhos e agir de conformidade com essa canção: “começar de novo e contar comigo, vai valer a pena, ter amanhecido, sem as tuas garras, sem o teu domínio...”

Recomeçar, mas sempre com os olhos da memória voltados em direção aos nossos sonhos. Tendo conhecimento de que o amor e a felicidade estão mais próximos do riso do que do pranto e são escolhas nossas. E, ainda, que entregar a vida nas mãos do outro requer a maturidade e a sabedoria que só a passagem do tempo nos pode conceder. Por isso, não devemos abrir mão delas, caso contrário, estaremos voltando às páginas em branco e a inocência dos primeiros anos, permitindo assim, que escrevam o roteiro e ditem as nossas escolhas.

Precisamos saber, também, que em pleno século XXI a ordem do dia é ser feliz e isso inclui quebrar velhos padrões, pois, por mais que pareça clichê, a felicidade mora dentro e não fora de nós. Qualquer coisa que venha de fora é apenas um complemento ou, no máximo, um convidado a participar da nossa festa interior.

Dessa forma, podemos concluir que viver, viver de verdade, é reescrever a vida, mas de próprio punho. É reconstruir caminhos de acordo com os nossos sonhos. É começar tudo de novo, com garra, confiança, coragem e assumindo a autoria da própria vida.

6 comentários:

chica disse...

Tentar descomplicar ao máximo a vida ´pode ser um bom modo de recomeçar a construir caminhos para melhor viver...

Lindo aqui! beijos,tudo de bom,chica

Ayanne Sobral disse...

Juliêta, querida, veio-me tanta coisa para dizer, mas ficaram aqui, ainda pra sentir. Entende?
Acho que ando perdendo as palavras e ganhando ainda mais o sentir. Mas eu vou tentar.

Seu jeito de falar intimamente disso é tão abrangente, sensível que generaliza o toque contaminado na chaga incurável do significado de amor em todos nós. Provoca aquela angústia de se buscar, de falhar, de recomeçar. De morrer, para [re]nascer.
Ando morrendo diariamente de pequenas mortes. Morre um tanto de mim, do que eu sou, do que eu sonhei, do que eu aprendi a cada dia. Como se eu estivesse aos poucos me apagando inteira pra ver se me escrevo outra melhor.
Tudo isso dói sim, mas agente supera, e supera sem carregar pesos mortos.

A você, eu desejo veementemente que renasças todos os dias e nos presenteie com as tuas indispensáveis palavras em nossas vidas.
Um beijo, querida.

PS: Não sabia que estavas por aqui novamente. E, não sei porquê, fiquei feliz de vê-la no seu novo-antigo endereço. Voltarei pra ler os outros textos.

lis disse...

Hoje só deixando um abraço grande.
Com sempre, admir e amo sua escrita.
Tentando reescrever ok?
beijinho

libel disse...

Viver é a escolha certa!!...
e a vida está cheia delas, de escolhas, cada uma escrita com nosso punho, porque nós somos aquilo que escolhemos ser,o destino pouco tem a ver com isso.Desde tenra idade,aprendemos que, ao fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida". Não é tarefa fácil. Mas também quem disse que viver é só paraíso. Ao escrevermos a nossa vida, já estamos fazendo escolhas, por vezes sem dar conta, o fio do novelo vai desenrolando, e as mudanças surgem. Que venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.

A verdade é que devemos aprender a valorizar as coisas simples da vida. Olhar o céu, sentir o sol, cheirar o verde dos campos, o clima maravilhoso, a chuva. Cumprimentar as pessoas, abrir um sorriso. Dizer às mais importantes da sua vida o quanto as ama. Viver cada momento sempre com o sabor de ser único. Dar asas à imaginação mas não voar muito alto, um pouco de realidade fica bem. Podemos ser apenas uma gota no oceano, mas sem ela, o oceano seria menor.

Julieta, já te olhaste no espelho, e viste como estás linda hoje?

Obrigada pelas havaianas amiga, Manu já me contou parte do vosso dia, estou roída de inveja, nossa que comichão. Estou morta para ver as fotos. Sê é linda mulher.

Beijos
Te adoro!!..

Libel disse...

Julieta uma Feliz Páscoa para ti e todos os teus. Com muitos ovinhos recheados de Amor e carinho, amêndoas coloridas de gestos e palavras bonitas, Saúde e muita PAZ.
Tudo de bom amiga!!
e tudo muito doce, assim como TU!!..
ADORO-TE!!:):):)

George Sand disse...

Gostei muito, desta vontade de escrever e rescrever a felicidade.


Uma boa Páscoa