
Perguntaste-me outro dia: - Quem é você?
Respondi: - Se queres saber quem eu sou, despe-me e olha profundamente para o meu avesso. Essa sou eu. Nua! Sem medo de amar...
Não irás me encontrar na superfície ou borda, pois na aparência sou igual a todo mundo quando tento disfarçar o medo, a insegurança, o orgulho, a vaidade e, também, o meu amor. Procura-me ali, naquele cantinho escuro, porque perdida entre sombras e lembranças que se movem dentro de mim; encontrarás ternura, carinho, paixão, arrebatamento e paz. Essa sou eu. Nua! Sem medo de amar...
Perguntaste-me se eu ainda te amo. Respondi: - Voltarei a te amar quando me quiseres despida, transparente, diáfana, porque só assim posso ser tua... Sendo eu! Não me peças para querer-te quando me obrigas a esconder o meu avesso no labirinto das aparências, pois a única forma de me sentir viva e inteira é na liberdade de ser quem sou... Nua! Sem medo de amar...
Não satisfeito com as respostas, perguntaste-me o que realmente querias saber: - Ainda és minha?
Então, pensei, pensei e respondi: - Não, não sou... Tua!? Não! Pois quero-te também inteiro. Sem manhas nem artimanhas. Livre das aparências... Nu! Sem medo de amar...
Quero o teu avesso!