O título que dá nome a este texto ganhou o “Oscar” de melhor filme estrangeiro em 2009 e, salvo engano, baseou-se em fatos ocorridos há 25 anos, na Argentina.
Lembrei-me dele, hoje, ao constatar o quanto as pessoas se mostram felizes nas redes sociais e nas capas de revistas da atualidade. Felicidade, agora, é um sorriso permanente na máscara que usamos para mostrar ao mundo o quanto estamos bem. Um clique no celular e ela aparece como num passe de mágica nas fotos, nos eventos e nas colunas sociais. Depois disso, é só exibir, alardear e o mundo ficará sabendo o quanto estamos plenos e realizados mesmo que, por dentro, estejamos sangrando...
Mas, e os olhos? Ah! Estes falam demais e como diz acima, às vezes, é melhor não olhar, porque podemos trocar de casa, carro, telefone, emprego... Menos de paixão, pois quando ela nos envolve o nosso olhar denuncia e se torna real a felicidade que apresentamos.
Por isso, é triste ver a plasticidade dos sorrisos falsos e o bem-estar fraudulento que insistimos em levar adiante, só para divulgar ao mundo o quanto estamos bem. É lamentável, também, constatar que, apesar das evidências, ela, a felicidade, estará visível no instante desejado, bastando apenas um clique no celular para tirar a foto e outro para enviar, visto que, dessa forma, o mundo jamais conhecerá o segredo dos nossos olhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário