
“-A marca da minha digital está aí. Essa sou eu! Portanto, não falem por mim, nem assumam o que não sou tampouco o que não sinto mais. Ainda conservo a voz, a lucidez e a minha capacidade de locomoção. Também conheço o meu papel e sei a hora certa de me retirar de cena!”
Esse foi o desabafo que ela fez, quando alguém lhe roubou a identidade, tomou posse de suas palavras e apresentou-se em seu lugar...
Que estranha mania têm as pessoas de pensar e falar em nome das outras. Não lembrava de ter feito qualquer confidência ou declaração de amor, mas aquela criatura propagava aos quatro ventos que sabia quem tinha a posse do seu coração e era o dono do seu amor. Coitada! Não soube ler nas entrelinhas a diferença entre o real e a fantasia... Não compreendeu que ela alinhavou retalhos de saudades, na época em que a sua alma espreitava a vida lá fora, apenas porque gostava de inventar histórias...