
Você me queima e eu derreto ante a ausência das palavras de amor que não foram ditas.
Feito um cubo de gelo o meu coração desfila saudades que se esvaem. O meu sonho de amor, última chama de uma tocha olímpica, me levou ao podium das dores. Ganhei medalha de ouro em sofrimento por insensatez, mas nem assim, eu refutei a sua importância em minha vida. O passado, hoje, é um quadro pendurado à altura dos meus olhos e bem perto do meu coração; feito chama que arde, mas não queima mais...
Enquanto vivo, aprendo e busco coerência para o meu sofrimento nas palavras que Carpinejar, tão lindamente, poetizou: “Não irei me vingar com as cinzas, arrancar as folhas que não combinam comigo, ou que me provocaram decepções. Não serei visto queimando fotografias, cartas e paixões numa lata de lixo, apenas porque não me servem mais. O que namorei vai me enamorar a vida inteira. Estará lá numa página definida, permanente, com a letra segurando as linhas (...). Todos os meus erros são esperançosos pela releitura”*.
*Publicado em 24/06/08 -fabriciocarpinejar.blogger.com.br