Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

março 16, 2010

Por que escrevo?







Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora...

Gosto de ter as mãos cheias de letras e com elas, uma a uma, construir matéria de sonhos. Encanta-me o fato de poder manusear o alfabeto e com ele fazer escolhas de maneira lúdica. Não tenho, porém, a menor intimidade com as palavras, pois quando ouso falar elas me atropelam com a sua velocidade, distanciando-me das pausas e dos silêncios. Por isso, escrevo! Quem sabe, um recurso para disfarçar a minha timidez?!

Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco.

Há quem me acuse de saudosista e de viver no passado. Cobram-me até por vocábulos que se tornaram obsoletos e que eu os pronuncio. Dizem ser por absoluta incapacidade de abrir mão do que ficou pra trás. Não sei se isso é fato, o que sei é que ando sentindo falta de tanta coisa, que só brincando com as palavras consigo trazer para perto de mim, um pouco do muito que perdi para esse admirável mundo novo...