
Eu, mulher, construtora de sentimentos que abrigam as emoções mais genuínas, quedo-me hoje a analisar o curso da nossa história.
“Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus”, é o título de um livro que ainda não li, mas que ouso apropriar-me das distinções que parecem evocar o título acima, para entender essa eterna discussão sobre o amor, entre os gêneros masculino e feminino.
Eu, nua, portadora da identidade, dos afetos e dos carinhos recolhidos neste meu caminhar de longa estrada, perco-me em divagações a procurar um destino certo onde ancorar.
Por que existem tantas diferenças entre os homens e as mulheres quando o assunto é o amor? Eu, mulher, assumindo a minha impressão digital, diria: sou romântica, às vezes doce e terna, às vezes tempestuosa, como um mar bravio. Posso ser múltiplas... Alegre, tagarela, alvoroçada e abrigar dentro de mim, a quietude do silêncio e a paz de uma criança dormindo. Posso até às vezes, parecer louca e um tanto rouca, de tanto falar e amar com paixão, mas assim sou eu nua, assumidamente desnuda, a extravasar e compartir as minhas emoções. Amando despudoradamente, o amor!
E você, homem de marte, que ostenta com tanto orgulho, a identidade: senhor iceberg! Quando estará pronto para se deixar consumir? Ainda insiste em que no amor, assim como na guerra, algumas estratégias se fazem necessárias? Ainda brinca, apesar da idade e da suposta maturidade, fazendo da arte da sedução, jogos de manipulação? Que pena! A sua fortaleza está em se manter frio e distante, imune aos ventos e as tempestades, que vez ou outra mudam de direção. Qualquer dia desses, o senhor acorda num lindo dia de verão, aí então, eu estarei nua... E o senhor iceberg, caminhando só e sem direção.