
O leque de opções que o excesso de liberdade possibilitou a essa juventude de hoje, talvez seja, o fio condutor que vá nos trazer respostas ao porquê de ela se encontrar tão perdida e sem referências, sobre o que fazer, para onde ir e em que sentido direcionar os seus sonhos e as suas angústias.
Tenho observado que quanto maior é a facilidade que ela encontra pelo seu caminho, maior é o seu despreparo diante da vida. Às vezes, somos facilitadores do ócio dos nossos jovens, quando não lhes cobramos responsabilidade e tiramos deles o dever de arcar com as conseqüências dos seus erros e acertos. Precisamos saber impor limites com amor. Essa juventude tem a seu favor os créditos daquela que a antecedeu: demo-lhes uma liberdade e uma confiança que não tivemos, ainda que merecedores. Abrimos veredas, descortinamos horizontes e oferecemos de bandeja todas as possibilidades para um caminhar sem tropeços e com poucas restrições: bastar-nos-ia o respeito e o reconhecimento, mas o que nos deram foi à culpa pela nossa indulgência.
Certa vez, o jornalista Paulo Francis disse: “Cada geração tem o seu código” e eu acredito, que o da minha geração tenha sido: responsabilidade, respeito e ousadia para quebrar regras que tornassem a nossa vida, na dobra do tempo, um prazer inenarrável de costurar pedaços de lembranças e transformá-las em vidas que valeram à pena.
Talvez, esteja na hora de ensinarmos o verdadeiro sentido da liberdade, para que ela – a juventude - aprenda sobre limites.