
Passando os olhos por uma revista, na banca de jornal, cuja capa trazia a imagem da bela atriz Elizabeth Taylor, deparei-me com esse comentário: “ela foi a mulher que toda mulher queria ser, a mulher que todo homem queria ter”.
De imediato, pensei: não, eu não quero ser a Liz Taylor! Nem ela nem ninguém! Nunca quis. Sempre estive ocupada em ser apenas eu.
Não desejo me transformar em clone de ninguém, pois, venho ao longo do tempo, me construindo para ser quem sou, e, confesso: gosto muito do resultado. Não quero, agora, abrir mão dessa conquista para ser outra pessoa.
Felicidade, para mim, não tem receita, mas ela está refletida em meu rosto, quando olho para o espelho e vejo o tanto que aprendi no exercício de ser quem sou.
Nas minhas noites de vigília, lembrei-me de quem tinha fome, sede e frio, e ofereci alimento, aplaquei a sede e dei abrigo. Os meus braços, hoje, flácidos, já serviram de agasalho e proteção contra as dores do mundo, e o meu colo, de refúgio, para esconder o pranto.
Cada ruga, em meu rosto, conta uma história de amor, que fala de perdão, tolerância, compreensão e solidariedade. Não vou, agora, fazer cirurgia - nem aplicar botox - para apagar o melhor em mim e ser quem não sou.
Por isso, a essa altura da vida, continuo querendo ter a minha cara: ser clone de mim! E, se algum homem não me escolher por eu não ter a beleza da Elizabeth Taylor ou de outra pessoa, terei muita pena, pois ele não sabe o que está perdendo...