
Há algo em construção a caminho!
Um quê de saudade me diz que a mesma ponte que conduziu os seus passos àquela estação, traz de volta hoje, pelas janelas da alma, lembranças e afetos que ficaram em “stand by” por um longo tempo.
Tempo, tempo, tempo... Por que retornas sorrateiro e covardemente da tua laje fria, trazendo à vida os teus cadáveres insepultos?
Que queres, tu, de mim? Não te foi suficiente os meus anos de solidão e o enterro das minhas quimeras? Que mais queres? Tudo entreguei junto com a minha juventude e os meus sonhos. A velha chama - resquício de um amor que ainda arde em mim, conta a história de um amor que teve início e parece não ter fim, agonizando vez ou outra em processos de partidas, para retornar sempre de assalto e dizer simplesmente: “Abre a tranca da janela, por favor, que o pior da tempestade já passou”.
Não! Não passou.
Hoje, tal e qual um redemoinho, ela invade e desarruma, desestruturando bases sólidas de um caminho construído sobre pontes que falam de amor, de saudade e de dor.
E agora tempo, o que fazer com as palavras soletradas em silêncio? Elas dizem que tudo é nada sem você.
Há algo em construção a caminho!
Sou eu, ainda e sempre, indo em sua direção, brigando com o “tempo que adormece as paixões” e construindo saudades que me levam de volta a você.