
Viver é escrever a sua história de próprio punho. É ser autor do seu destino...
Nascemos sem passado. Somos folhas de papel em branco, onde as pessoas brincam com as palavras e vão criando o roteiro da nossa vida. Nas primeiras experiências estamos absolutamente entregues, tal qual o barro nas mãos do oleiro. Sem reservas! O tempo, esse compositor de destinos, dirá o que prevaleceu na arte de escrever: se a onipotência ou a sensibilidade das pessoas que passam no caminho e deixam suas marcas impressas na nossa alma...
Debruçando-me, hoje, sobre as lembranças, acredito que a primeira opção é responsável por vivermos em constante rota de fuga para esquecer o passado. Isto significa dizer que, em determinados momentos, damos poder demais às pessoas e quando elas nos tomam de assalto a fé e a confiança, recomeçar se faz necessário. Nessa hora, é importante lembrar que sempre é possível reconstruir caminhos e agir de conformidade com essa canção: “começar de novo e contar comigo, vai valer a pena, ter amanhecido, sem as tuas garras, sem o teu domínio...”
Recomeçar, mas sempre com os olhos da memória voltados em direção aos nossos sonhos. Tendo conhecimento de que o amor e a felicidade estão mais próximos do riso do que do pranto e são escolhas nossas. E, ainda, que entregar a vida nas mãos do outro requer a maturidade e a sabedoria que só a passagem do tempo nos pode conceder. Por isso, não devemos abrir mão delas, caso contrário, estaremos voltando às páginas em branco e a inocência dos primeiros anos, permitindo assim, que escrevam o roteiro e ditem as nossas escolhas.
Precisamos saber, também, que em pleno século XXI a ordem do dia é ser feliz e isso inclui quebrar velhos padrões, pois, por mais que pareça clichê, a felicidade mora dentro e não fora de nós. Qualquer coisa que venha de fora é apenas um complemento ou, no máximo, um convidado a participar da nossa festa interior.
Dessa forma, podemos concluir que viver, viver de verdade, é reescrever a vida, mas de próprio punho. É reconstruir caminhos de acordo com os nossos sonhos. É começar tudo de novo, com garra, confiança, coragem e assumindo a autoria da própria vida.