Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

abril 16, 2009

A Vida do Campo no Campo da Vida







Entre o burburinho da cidade e a doce paz que há no campo, a minha imaginação passeia e eu lembro que deixei pendurado no varal da minha existência um desejo antigo: viver a vida no campo!

A reedição do meu sonho de menina, que eu estreio em pensamento hoje, inunda as minhas lembranças e trazem à tona as minhas saudades esquecidas: acordar cedo, tomar leite colhido direto do peito da vaca, caminhar pela relva de pés descalços - sentindo o vento frio em meu rosto -; ouvir o trinar dos passarinhos a desafiar as horas, que passam lentamente, assistir a um entardecer feito de silêncios e ter uma rede na varanda para abrigar os meus sonhos. Tudo traz para o meu querer a pulsação das urgências: preciso viver no campo! Longe da poluição do ar que me sufoca e da sonora, que afeta a minha audição e me impede de ouvir a musicalidade que vem das águas dos rios, dos mares e das cachoeiras. Longe da violência, e da vida noturna da cidade grande, que desconhece a beleza de uma noite de luar, tendo como fundo musical os acordes de uma viola, e como companhia, um céu bordado de estrelas.

A vida no campo me faz feliz! Abastece de sorrisos o meu viver e cultiva o meu encantamento pela natureza. Por isso preciso pegar carona nessas recordações, para despertar de vez as minhas vontades e tirar do varal o sonho, trazendo-o para a realidade.