Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

junho 12, 2010

Faxina na Alma






Ontem, fez um lindo dia de sol. Animada, resolvi que amanhã carimbaria o meu coração com os dizeres: fechado pra balanço, faxina na alma! Mas, hoje... Ah, essa chuva que não passa e derrama lembranças fazendo-me vestir às mãos de poesia para abrigar, de novo, essa saudade que põe a minha alma em desalinho e faz festa, apenas, para o teu coração.

Penso: existem histórias de amor que não passam de um rascunho e outras que, décadas depois, ainda reclamam de nossos lábios a verdade dos nossos desejos... Isso é fato! Mas, o que fazer quando o desenho do voo não sinaliza o cansaço das tuas asas e as minhas pegadas na areia indicam que estive apenas de passagem por tua vida?

Concluo: tu és ar e eu, terra... E eu "só sei voar com os pés no chão", apesar de minha mente sempre vaguear preguiçosa, em desacordo com a urgência do meu desejo de ser feliz.

O tempo, esse capricho da natureza, não congela sentimentos nem respeita as estações. Ora chove, ora faz sol... Por isso, preciso apagar as tuas marcas na minha alma e começar uma vida nova. Quero ser feliz outra vez...

Portanto, a partir de hoje, ainda que essa chuva coloque o meu coração em desalinho, vou escolher lembranças que façam festa apenas dentro de mim.

Ah, essa chuva, essa saudade! Elas inventam tantas histórias. Quem sabe amanhã eu tenha um lindo dia de sol...