Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

junho 17, 2010

Desabafo






“-A marca da minha digital está aí. Essa sou eu! Portanto, não falem por mim, nem assumam o que não sou tampouco o que não sinto mais. Ainda conservo a voz, a lucidez e a minha capacidade de locomoção. Também conheço o meu papel e sei a hora certa de me retirar de cena!”

Esse foi o desabafo que ela fez, quando alguém lhe roubou a identidade, tomou posse de suas palavras e apresentou-se em seu lugar...

Que estranha mania têm as pessoas de pensar e falar em nome das outras. Não lembrava de ter feito qualquer confidência ou declaração de amor, mas aquela criatura propagava aos quatro ventos que sabia quem tinha a posse do seu coração e era o dono do seu amor. Coitada! Não soube ler nas entrelinhas a diferença entre o real e a fantasia... Não compreendeu que ela alinhavou retalhos de saudades, na época em que a sua alma espreitava a vida lá fora, apenas porque gostava de inventar histórias...

3 comentários:

Libel disse...

Olá Julieta,

Que bom ouvir teus desabafos, ainda mais quando estás num mês de inspiração, fiquei boba com tanto texto lindo para devorar..., parece que estive longe uma década, aproveitaste minha ausência safada, quase perdia esse gostinho...ahhahahha..., mas agora só de uma lufada enchi meu coração de ar fresco e palavras perfumadas, vou completamente consolada!!..

Beiojokas amiga...
Bom fim de semana

Solange Maia disse...

e a mentira gera tanta escravidão...

gente tola... bah...

beijos

Jéssica Mayara disse...

Esse texto, me fez pensar muito