Aquele embrulho lhe pareceu estranho... Mas, ao lembrar do temperamento romântico e da delicadeza do seu amor, ficou em silêncio. Decidiu esperar! Conhecia bem a linguagem daquele olhar e, naquele dia, havia uma alegria incontida que contrastava com a serenidade dos gestos e com o tom suave da sua voz. Alguma travessura eles guardavam...
Não precisou esperar muito! Enquanto ela tirava fotos e feliz, comemorava o dia do seu aniversário, ele tirou um borrifador daquela sacola e começou a espargir água sobre o embrulho. E, ante o seu espanto, a revelação: ele havia trazido da sua cidade, um buquê de rosas vermelhas e durante todo o percurso, molhava as flores, para que elas não murchassem e perdessem a beleza. Cuidava delas com o mesmo amor, carinho e atenção que dedicou àquela mulher, por anos a fio.
Foi só então que ela se deu conta de quantos anos havia se passado desde a última vez que eles se encontraram e quão precioso era ser amada, assim, por aquele homem tão especial...
Um homem inteligente! Que tem respeito pelo tempo que passa velozmente e nos reduz a pó. Que sabe que as suas cinzas vão se espalhar pelos ventos e transformar vaidade, soberba, orgulho e poder em matéria para o caminhar dos que ficam... E por ter a noção exata de sua finitude e a emoção à flor da pele, vive o amor com a delicadeza e a sensibilidade que o sentimento exige...
Um homem singular! Que assume o seu querer, mas guarda-o no silêncio do olhar e na beleza das rosas...
10 comentários:
Oi Juliêta
Singular também o seu texto, a ponto de não precisar acrescentar palavra alguma.
Só expressar o desejo de espargir água as minhas folhagens para que nunca sequem.
E que entre elas esteja a nossa amizade que de longe se faz perto pela afinidade de olhar o mundo
com as noçoes exatas da finitude.
Lindo lindo gosto sempre.
-- enviei email, recebi o livro maravilhoso , estou ainda curtindo muito .Aguarde publicação a respeito , te aviso.
beijinhos
Não só um homem, mas um "amor singular" também, não? Tão singular que, talvez, nem exista mais... Mas, o fato de um dia já haver existido impede-o de ser julgado imposssível. Lindo! Um grande e carinhoso abraço, minha amiga!
Amiga Julieta
Pelo lindo texto que deixou aqui, entendo que há momentos que se eternizam e que perduram no perfume das rosas que não murcham, porque são eles que lhes dão vida em cada minuto que recorda alguém que continua a fazer de cada instante um hino de graças, de fé e de amor.
Sabe Julieta,quando somos testemunhas de tamanha plenitude, em que o tempo não desfaz o que é impossível destruir, fico a pensar que ainda vale a pena acreditar no amor puro, infinito e incondicional.
Muito obrigada por tudo.
Beijo enorme
Manu
Olá Julieta! Desculpe entrar sem pedir licença venho dar os parabéns pelo livro, os seus textos são lindos. Vim do blog da Libel e também pela maravilhosa amizade e pelos filhos que tem Deixo um beijinho com respeito e carinho.Bfsemana
Olá Julieta,
Hoje quase a completar 46 primaveras, olho para trás e não encontro esse homem singular, com muita pena minha, pois apesar de não o demonstrar, talvez por protecção a mim mesma, sou uma romântica apaixonada pela vida e pelas pessoas. No entanto, não sou de dramatismos e não faço tempestades num copo de água, aceito e vivo com plena consciência que tudo o que fiz ou vivi teve os seus momentos singulares, uns bons e outros menos bons. Sempre me fixo nos bons, pois é com eles que vivo intensamente o presente de todos os dias, os maus apenas relembro para tirar aprendizagem e conhecimento. Tenho os meus filhos, dois seres singulares que me preenchem todos os espaços em branco, que me oferecem gratuitamente o seu olhar ternurento e esbanjam comigo os seus sorrisos. Tenho a minha família que não duvido nem por um minuto do seu amor singular, o apoio incondicional e a alegria de os ver com saúde. Tenho os amigos, cada um singular à sua maneira, que me cativam e incentivam a olhar para a frente e me fazem perceber através de gestos e palavras que "reconstruir caminhos" é o que faz da vida um grande passeio, entre duas estradas: Fé e Esperança.
Tenho a natureza, outro amor singular, as flores, os verdes campos, os perfumes, o sol, a Lua, o Arco-iris, as estrelas, o Céu, as nuvens, a chuva, a brisa, o mar...tudo o que me inspira e me faz sonhar. Tenho o trabalho com miúdos íncriveis, todos íncrivelmente singulares, sou eu que aprendo com eles e não o contrário, sou eu que me sinto priveligiada e não eles, sou eu que cresço emocionalmente e profissionalmente, sou eu que sou abençoada por conseguir reunir duas singulariedades: o trabalho e o prazer.
Por fim, acho que sou uma pessoa singular, pois tenho um coração que bate forte, que se comove, sorri e agradece os pequenos nadas do dia-a-dia.
Um grande beijinho amiga...
Adoro vir aqui, saio de lágrima no olho, mas sempre com uma visão mais limpa e de longo alcance!!
muito bom o seu blog...Estou te seguindo,ok?
Olá Juliêta,
Um texto singular que nos fala de um amor lindo e também singular.
obrigado pela tua visita e palavras carinhosas.
adorei este teu cantinho....
vou voltar.
beijinhos com muita luz
Assim como tem o Homem Singular, existe a mulher também. Lindo texto!
Amiga, eu viria lhe pedir para visitar o mai snovo blogueiro da minha blogosfera: meu filho Diego, do Avesso dos Ponteiros, mas passei por lá hoje e já vi seu comentário. Que bom! Adorei o que escreveu. ele ainda não tem prática, foi uma vontade de repente de montar um blog em homenagem à sua musa, mas está ficando bonitinho, né? (desculpe a corujice desta mãe...rs) Abração!
Olha,posso dizer que um texto simplesmente maravilhoso,no qual como disseram acima que não é preciso acrescentar nada... Lendo esse texto me fez refletir sobre algumas coisas que eu penso...parabéns,é lindo!
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