- "No crepúsculo, tomamos consciência da rapidez do tempo". Diz, também: - "Quem sabe que está vivendo a despedida olha para a vida com olhos mais ternos".
Penso que além de olharmos para o futuro com olhos mais ternos, também pedimos emprestado à vida linha e agulha, para recriar o bordado da nossa existência e, assim, poder limar a alma para que os últimos anos não nos pese tanto.
No crepúsculo, aprendemos a costurar as palavras com a linha do amor e as cores da tolerância, da paciência, da compaixão e da solidariedade. Alargamos o mundo de dentro e, dessa forma, damos abrigo a imensa tapeçaria de afetos, que vamos tecendo no decorrer dos dias que passam com rapidez, mas, agora, suavemente.
É só no ocaso da vida que deixamos de lado as certezas de pedra e o olhar cimentado construídos a respeito das pessoas. Nessa época, nos damos conta de que pequenas mágoas e velhos rancores só contribuíram para deixar os nossos dias mais pobres, esquecidos e sem afeto. São tempos de amargar tristezas e solidão.
Por isso, seguindo o conselho do grande mestre e escritor Rubem Alves, eu digo: - Vamos tomar consciência da finitude do tempo, pois esse é o melhor caminho para uma vida mais saudável e feliz. Não nos esqueçamos que orgulho, vaidade, mágoas e rancores descansam na mesma lápide que dá abrigo, também, aos nossos desafetos. Somos todos pó.
Um comentário:
oi Juliêta
Rubem Alves deixou saudade e muita sabedoria.
E tomar consciência do crepúsculo é um passo e tanto... tão bom seria de tivéssemos desde sempre olhares ternos _aproveitaríamos melhor os momentos que o tempo levou e não mais vamos viver nada igual.
Belo seu poema-prosa!
Como sempre aprendo contigo e banho-me sempre da poesia que irradias,
Obrigada e meu abraço caloroso
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