Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

novembro 14, 2008

Uma rua... Uma saudade!






Hoje, ao lembrar de uma rua eu me senti aquecida.

É que outro dia, visitei a General Osório, no centro da cidade, e trouxe na bagagem lembranças, para colocar nas gavetas já tão abarrotadas da minha alma. No estojo da memória guardei os mais belos anos da minha vida: os anos dourados da juventude, com as suas inquietações, arroubos, paixões avassaladoras, e ainda, no rastro das recordações; um rosto, uma voz, uma mão amiga – minha tia Laice – ajudando-me a tecer fantasias.

Ao me entregar ao exercício de aquecer a memória, deleito-me com o prazer inefável dos cheiros e aromas que perfumam o ambiente, e compõe a cena de uma rua chamada saudade.

As reminiscências desfilam, neste momento, ante os meus olhos: são as cinzas do passado espalhando ternuras, perpetuando encantamentos, e trazendo sons adormecidos de palavras que escreveram a mais bela canção de amor: solidariedade.
(...).
E agora, feito bolas de sabão ao vento, as lembranças se dissipam e com elas, os personagens, seus perfumes e a trilha sonora de uma época onde o amor guardava poesia.

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