O tempo, construtor de sonhos, pulou a cerca das horas e modernizou o amor. Hoje, basta teclar www.solitarioprocura.com.br ao alcance das nossas mãos, podemos escolher com quem partilhar a nossa vida. É o amor na era digital.
Fruto do avanço tecnológico, o computador, essa ferramenta que encurta distâncias e transforma a rotina das pessoas, provocou uma verdadeira revolução na maneira como elas se relacionam. Basta uma tecla acionada e escolhemos o amor em digitais, que pode ser: louro, moreno, alto, baixo, gordo, magro, olhos azuis, castanhos...
Se antes o espaço geográfico era motivo de distanciamento entre os casais, agora, com apenas um toque, uma janela se abre e podemos visualizar e ouvir quem está do outro lado da tela, atenuando, assim, a solidão e a saudade tão comuns àqueles que mantêm relacionamentos à distância. Além disso, temos a vantagem de disfarçar por meio da economia de palavras, os erros do nosso português ruim, pois numa linguagem simbólica não virou naum, você virou vc e também virou tb.
Por outro lado, se hoje é possível dispormos desse instrumento para facilitar a comunicação e diminuir distâncias, é importante que façamos uma indagação: - “que afeto é esse feito de ausências e que sobrevive sem o cheiro, o tato e a emoção do olhar?” O amor, vivenciado dessa maneira, é a antítese daquele que guarda na pele o perfume, na boca o sabor do último beijo e no olhar, a intensidade da paixão. Longe dos sentidos perdemos o melhor da relação: o encontro, o brilho no olhar e a possibilidade de guardar num diário, não virtual, aquela rosa branca - lembrança de uma tarde de carinho - o papel do chocolate preferido e uma mecha de cabelo envolta, cuidadosamente, num laço de fita vermelha. Saudades perfumadas, indeléveis e tão antigas quanto aquele coração esculpido na árvore que, ainda hoje, conserva as nossas promessas... Um amor também em digitais, mas presente, que não possamos esquecer e ignorar ao simples toque da tecla “delete”.
Por tudo isso, só nos resta admitir o sucesso dessa conquista, fruto da modernidade, mas lamentar que o tempo que pulou a cerca das horas, não seja o mesmo que tingiu de sépia as páginas onde registramos a nossa história, porque lá, nas folhas perfumadas de um velho diário, vamos encontrar a vida real ao vivo e em cores, seus encontros e desencontros e um amor construído dia após dia.
2 comentários:
Podemos escolher qualquer coisa hoje, mas precisamos saber sentir, paz.
Gostei muito daqui! Vim através do blog Entremares do Rolando.
“que afeto é esse feito de ausências e que sobrevive sem o cheiro, o tato e a emoção do olhar?”
Esta pergunta eu me faço todos os dias...
Muito boa tua relexão!
Um abraço,
neli
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