
Somos nós que fazemos a nossa história, por isso não nos peçam para aceitar regras ou preceitos criados por uma sociedade machista, pois os tempos são outros e nós mulheres - ah! nós mulheres - há muito que fomos à luta.
Faz anos que deixamos de ser a menininha do papai e a bonequinha de luxo que o marido gostava de exibir. Já não temos mais casa, comida e roupa lavada à custa do “chefe da família.” Hoje, contribuímos com o suor do nosso rosto para o custeio familiar. Temos jornadas duplas, triplas e ainda nos cobram a beleza e a estética de um corpo bem cuidado, para não perdermos o posto de “rainha do lar.”
- Onde já se viu tamanho despautério? E o contraponto?
É interessante verificar que por onde os nossos olhos passeiam só encontram homens grisalhos, carecas, barrigudos, insuportavelmente arrogantes, vaidosos e cientes do seu poder, que, na maioria das vezes, resume-se apenas ao peso do seu bolso...
Pobres homens! Compram, hoje, em moeda vigente, pílulas azuis e a companhia de uma jovem que lhes tragam de volta a juventude e a virilidade perdida... E ainda chamam isso de amor!
Enquanto isso, nós, antigas menininhas e bonecas, que hoje também estudam, trabalham, pagam seus impostos e participam ativamente do progresso socioeconômico desta nação, temos que amargar a “solidão do único cálice de vinho,” porque viver e amar sem compromisso são prerrogativas dos homens.
Pobres homens! Esquecem que a vaidade, o orgulho e o poder estão no contraponto que nos dá o direito e a possibilidade de fazer tudo igual e ainda assim, escolhemos ser diferentes por respeito e compromisso apenas a nós mesmas...