O anonimato, que deu guarida a minha história de amor e me protegeu por anos, encontrou uma janela entreaberta e expôs os meus segredos.
O meu coração ousou pedir clemência, mas o seu murmúrio não se fez ouvir. Fiquei desnuda! E me avultou a dor, ainda mais, pela revelação, do que amar sozinha durante todos esses anos.
As palavras, coitadas, já não sabem como me aconselharem. Enchem-me os ouvidos de letras soletradas em silêncio: a-r-r-e-g-o! E eu dissimulo, finjo que não é comigo. Em surdina consulto o Aurélio e lá, ele diz: “arrego: ato de render-se, entregar-se”. E, novamente, eu disfarço, mas dessa vez eu digo baixinho: nunca! E sigo amando as letras, a capacidade de brincar com as palavras e continuar... Sozinha.
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