Estou tirando férias de mim. Já fiz e refiz a mala inúmeras vezes e não sei o que levar: sobram-me dores, saudades e desejos... Na dúvida eu quero:
Quero me esquecer gente grande, retirar as máscaras e soltar as amarras;
Quero assumir sem pudores a menina-moça que eu deixei lá atrás - um dia - e com ela, resgatar todos os meus sonhos;
Quero percorrer os campos de girassóis, ver a dança das borboletas em seus volteios - nos jardins das margaridas – e saldar cada amanhecer com o sorriso das flores;
Quero, no entardecer dos dias, ouvir a canção da chuva tocando na minha janela e o colírio do arco-íris se desmanchando em cores para alegrar a minha alma;
Quero alcançar o pôr-do-sol com as mãos e recolher as estrelas que vêm a seguir;
Quero da noite a lua cheia, o riso solto da madrugada a desenhar ternuras pelo meu corpo e, dessa alegria, fazer uma canção de amor pra você.
Este texto é uma homenagem a Gilberto, o homem que me ensinou a dimensão da palavra ‘amar’.
Um comentário:
Muito bonito o final de seu texto, mainha. Surpreendente.
Que belas memórias metaforizadas pela natureza.
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