Caminho pelos desertos de mim à procura do que fui um dia: se lagarta, o casulo não me serve mais, pois nas asas de uma borboleta eu ganhei vida e, hoje, sacio essa fome de mim recolhendo fragmentos de minhas asas para me recompor.
O invólucro não me seduz e o porto seguro já não me atrai. Quero a liberdade das asas, dos ventos e das manhãs primaveris, para pousar nas margaridas e, junto a elas, sentir a brisa em meu rosto saudando um novo dia... Um outro recomeço. Chega de fazer promessas que não posso cumprir. De iniciar o ano com uma lista interminável de bons propósitos, se cada amanhecer traz uma nova perspectiva de fazermos diferente, o velho hábito de sofrer – sem sofrer - e nós nem nos damos conta disso.
Listas não servem pra nada, pelo menos, não nesse caso. Elas falam a linguagem do cotidiano, da mesmice, e, muitas vezes, o que estamos precisando é de uma boa corrente de ar, de uma arejada nas idéias pra botar fora os sonhos obsoletos, e os desejos irrealizáveis...
Por isso, viajo pelos desertos de mim a princípio adejando, e logo depois, alçando vôos em direção ao infinito, que é o limite da minha capacidade de sonhar e de me refazer.
5 comentários:
Mãe,
Obrigada pela visita ao blog.
Seu texto tb está super legal - viva os recomeços!
Beijos
Poesia em prosa. Lindo. Bj
Oi, Juliêta,
Obrigada por me ler na Cronica do Dia. Agradeço também sua identificação com o que escrevi. De certa forma, nossas palavras são sempre as mesmas - a gente, apenas, não consegue expressar-se em alguns momentos... Adorei seu blog.
Beijo pra vc.
Juliieta, suas palavras são sempre tão bonitas e profundas. Sempre me deixam pensando... pensando...
Obrigada pelo comentário carinhoso em meu blog e parabéns pelo belo texto.
Lindo.
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