Se alguém nos pedisse a definição do amor em uma palavra, no sentido de encontro, aconchego e encanto, nós o convidaríamos a conhecer o lugar onde cores, sabores e cheiros se misturam para produzir o afeto à la carte: a cozinha.
Cozinhar é a forma mais simples e genuína de dizer: eu te amo. É a maneira artesanal de se distribuir carinho por meio dos alimentos. E nada melhor que aproveitar as cores dos artefatos, ingredientes e temperos diversos – que fazem parte desse ambiente - para criar aquela comida especial e homenagear a pessoa que amamos. É o amor entregue com açúcar e com afeto.
A essa altura, quem não lembra da cozinha de sua casa em tempos de festas: carnaval, páscoa, são joão, natal..., com seus ruídos, sons e cheiros reacendendo lembranças? Palco de tantas histórias engraçadas, de reuniões familiares acompanhadas de uma xícara de café e de um saboroso bolo de milho, macaxeira ou fubá. A cozinha reflete o calor, a ternura e a simplicidade de quem sabe receber com arte e carinho. É o afeto à la carte posto à mesa em sistema de gratuidade.
Nesse momento, vamos ao encontro da nossa memória afetiva e revemos cenas do mais puro amor: uma toalha de xadrez, pratos brancos sobre a mesa, um jarro com flores do campo, uma cesta de pães quentinhos, ovos mexidos, queijos, presuntos, bolos, biscoitos, tapiocas, sucos, leite e café; compõem o cenário de uma linda manhã de verão. Mais tarde, uma bela feijoada de frutos do mar, um feijão tropeiro, uma carne assada com macaxeira e manteiga de garrafa, uma boa moqueca de peixe, um baião de dois, virado à paulista, frango com quiabo e tantas opções quanto seja o desejo de agradar e fazer feliz a quem se ama. À noite, dispensando o luar e as estrelas, podemos jantar a luz de velas, sentindo o cheiro do café moído na hora, a velha canja de galinha a fumegar no prato, um cuscuz quentinho servido com queijo de manteiga e rodelas de inhame com sobras da carne assada do almoço. Tudo servido ao ponto: carinho, ternura, tempo e disposição de ver, ouvir e sentir o outro, na intimidade de um espaço, onde o riso solto, a alegria e a descontração, têm a difícil missão de adoçar o sal e o fel de cada dia.
Por tudo isso, sempre que alguém nos pede para falar sobre esse sentimento, lembramos da cozinha, ponto de encontro e encanto, espaço onde o festival de cores brinca de fazer inveja à beleza do arco-íris... Lugar para servirmos o amor com açúcar e com afeto.
2 comentários:
E existe prazer maior cozinhar a dois, com quem a gente ama? Ah, para mim, não existe não...rs. Abração!
Hummm, coitado do meu maridinho, que tem que conviver comigo, que sou vegetariana... rsrsrsrs
Saudades deste blog lindo, Juliêta! Estava tendo problemas com o google, e agora o meu blog leva blogspot tb
www.retratosentido.blogspot.com
mil beijos saudosos
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