Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

janeiro 01, 2011

Afinal, a que se destina a vida?






Essa, é a pergunta mais frequente que fazemos quando as dores da perda e do luto batem a nossa porta. Em geral, todos respondem: - o destino do ser humano é a busca da felicidade. No entanto, por que é tão difícil ser feliz?

Há quem diga que a felicidade está no caminho, na eterna procura... Prefiro pensar que ela é tão simples e corriqueira, e ao mesmo tempo tão sutil, que ao andar ao nosso lado sem fazer rumor, ignoramos a sua presença. E, fazemos isso, porque somos inábeis nesse quesito.


Queremos entre outras coisas: sucesso no trabalho e realização no amor. Dois grandes pilares que sustentam a nossa idéia do que é ser feliz, mas que são insuficientes para garantir esse estado, quando nos colocamos no centro do mundo e ignoramos as necessidades do outro. O outro, esse parceiro que também tem sonhos e merece respeito, atenção e carinho.

Vivemos sempre no entorno, esquadrinhando caminhos que nos levem até essa tal felicidade. Mas, desejamos que ele, o caminho, seja feito de espelhos, onde possamos ver refletida apenas a nossa imagem...

Quando vamos entender que ela é um projeto a dois quando se trata de intimidade e, abrangente, quando inclui o nosso convívio em sociedade?

Não dá pra ser feliz ignorando que o outro, não sou eu!

Sou eu, sim! Com os mesmos direitos, deveres e prazo de validade. Não sou filho único da vida! Por que, se assim fosse, um dia iria me perguntar:

Quem é essa que, agora, me assombra e se esgueira pelos cantos, querendo usurpar a minha alma? E, responderia:

- É a solidão! Triste companheira... Ausência que me faz perguntar:

- Afinal, a que se destina a vida?

8 comentários:

Rolando Palma disse...

Olá, amiga...

É verdade que o tempo tem destas coisas, leva-nos a percorrer trilhas incertas, voltamos atrás, damos passos para trás, para os lados, para todos os lados até esquecer qual o destino. E de repente, continuamos viagem. Umas vezes sós, outras acompanhados. A vida continua, alheia aos nossos devaneios, aos nossos desejos, alheia a quase tudo.

É bom voltar a escrever-te estas linhas. E desejo-te, cá do fundo... arrancar-te um sorriso enquanto as estiveres a ler.
Já terá valido a pena.

Um grande abraço para ti.
Rolando

lis disse...

Oi Ju
A capacidade de percepção da felicidade depende também da experiencia de vida de cada um.
Para as crianças basta o colinho da mamãe , já para os jovens pode estar vinculado ao tênis de marca ou a roupa-modinha , e na idade mais adulta ficamos mais exigentes com a felicidade, que penso um sentimento muito particular nao necessariamente estar ou nao ao lado de alguém .
Conheço pessoas que vivem em estado de depressão e possuem o padrão familia arrumadinho pai,mae, filhos e nenhuma felicidade.
Penso que não há receita - há estado momentâneos de total felicidade( adoro esses momentos de êxtase rsrs) .
Para estar feliz sempre, é preciso estar extremamente satisfeita com a vida que leva...
E estar "extremamente satisfeita" é que faz essa procura incessante rsrs é boa a procura , estimula o viver.
Quanto a solidao Juliêta confesso que tem horas que me deixa inquieta rsrs mas nunca infeliz .Minha felicidade nao está ao lado de alguém, pelo contrário estando feliz faço alguém mais feliz .
Só que cadê ele? rs

Só viajo na semana que vem, acho que dia 10 aguardo as águas abaixarem lá em Vitória, com chuva fica preocupante viajar seja pelo ar ou por terra, porisso estou calma ,na espera de dias melhores.
Aqui no blog nada de postagens , quero descansar , apenas ler os amigos e quando nao resistir conversar e muito como faço agora. rs
Viu a volta do amigo Rolando? quem sabe demoro assim também pra voltar rs
brincadeira !!porque blogar é um ingrediente pra um dia ser feliz!
um grande 2011 pra voce Ju que todos os dias sejam felizes.
beijinhos

Solange Maia disse...

Juliêta...

a felicidade... menina faceira, sedutora, volátil... tão linda a sua interpretação, que chega a doer... sim, ela não existe individualmente, é preciso o outro, é no outro, sem que nos deixemos, é claro... e isso é ao mesmo tempo grandioso e ínfimo... fácil e absurdamente difícil...

ando pela vida agarrando-me aos pequenos momentos, chamando-os de felicidade, e sorrindo portanto, pelo instante... pelo segundo que sorvo...

te adoro !

beijo enorme e um 2011 de alegrias e ternuras...

manu disse...

Oi Julieta
A nossa busca incessante da felicidade por vezes leva-nos a percorrer caminhos que julgamos serem os melhores e nessa caminhada, esquecemos de observar pequenos detalhes que nos escapam por serem tão ínfimos, mas que juntos podem fazer a diferença.
Procuramos os que está longe e esquecemos quem está bem ali ao lado. Pensamos que essa tal felicidade se esquiva, se esconde, se disfarça, para que não a encontremos. Mergulhamos muitas vezes na solidão, e não abrimos o coração com medo de sofrer, de nos desiludir-mos e esquecemos que coração aberto dá a possibildade de podermos fazer escolhas, quando a felicidade bate á porta e quer entrar.
De coração aberto e com enorme amizade lhe desejo um óptimo 2011 e se as minhas palavras lhe deixarem um brilhozinho nos olhos, fico imensamente feliz.
Beijo enorme
Manu

Armindo C. Alves disse...

Sem que as duas coisas sejam incompatíveis, o que muitas vezes destrói a felicidade é o desejo de poder.
Ignorando princípios e respeito próprios,o poder é o objectivo, o exibicionismo o topo.
A felicidade não nos ignorou, nem passou ao lado, nós é que nos vamos afastando.
Viver é ter direitos e deveres. É ser íntegro, abrangente quanto intimista, é saber dar e receber.
É ter o prazer de ler o texto iluminado que a Julieta tão bem exterioriza, como é seu hábito.

Boa semana.

Beijos.

Sueli disse...

Ai, amiga, felicidade existe sim e digo isso porque estou vivendo-a agora. Justamente quando pensei que nunca mais a encontraria. Só preciso curtir bem esses momentos, pois eles não são eternos (mas não fico pensando nisso). É claro que o luto é o maior repelente para ela (eu que o diga, mas, assim como ela, também passa. Já estava com saudade daqui. Adoro visitá-la! Beijo grande!

Libel disse...

Olá Julieta,

Felicidade é um ir e vir. Nunca estamos preparados para os dias menos felizes, mas esses também funcionam como um momento para amadurecer, pensar e repensar as atitudes e formas de pensar e agir.

Para mim Felicidade é simples...É simplesmente se sentir bem, não só pelo que acontece na nossa vida, mas como nós elaboramos esses acontecimentos.Como os apreciamos e como os vivemos.

"A diferença entre o sábio e o ignorante é que o primeiro sabe aproveitar suas dificuldades para evoluir, enquanto o segundo se sente vítima de seus problemas"

Roberto Shinyashiki

E tu para mim és dotada de sabedoria, por isso solidão chega a todos, mas há que saber xutar ela para fora com alguma delicadeza e aquele sorriso confiante!!...

Unknown disse...

Olá querida amiga.

Eu digo que felicidade tem um nome: JESUS, e, digo tambem que o Evangelho é nosso manual de vida.
Somos todos aprendizes do amor. O reino de Deus não é deste mundo...
A explicação de nossas desilusões, e tudo que não nos deixa bem é a falta de amor, nossa ignorância quanto ao tema ou, rebeldia.
Façamos aos outros o que gostariámos que nos fizessem, amemos uns aos outros e estaremos a caminho da felicidade. Amemos a DEUS acima de nossas pretenções e estaremos próximos da evolução plena. Por enquanto somos o que somos; muito imperfeitos para percebermos o que é felicidade e porque estamos neste planeta de provas e expiações.Deus é amor e Ele está em toda parte.Só somos míupes e um pouco surdos...
Sorria a vida é bela para quem tem olhos de enxergar...
Abraço fraterno Carlos.