Como um pássaro de asas partidas eu
procuro pouso. Um abrigo. Longe do deserto, do silêncio e da solidão...
Às vezes, como hoje, eu tenho uma
vontade imensa de fazer uma declaração de amor rasgada, mas desisto na hora,
quando percebo em seus olhos que já não me sinto em casa, com você. Estranho,
lhe parece!?. É que amar, para mim, é
isso: esse desejo de me ver em seus olhos, de me sentir em casa e de deixar
fluir a intensidade do meu querer... Uma viagem a dois!
Porém, sinto-me uma estrangeira, sem
pouso e sem raízes e, por isso, não lhe falo mais sobre o meu amor que, agora,
é feito de silêncios e de lembranças. Você continua vivo, em mim, sim, feito
uma tatuagem que eu não consigo apagar, mas esse distanciamento entre nós
diminuiu o ritmo dos meus passos e aquietou o som dos meus gemidos. E, como um pássaro
de asas partidas, eu procurei abrigo.
No abrigo, transformações: quis ser
águia, perder as minhas penas, me renovar.
Quis ser fênix, ressurgir das cinzas. Quis, nesse intervalo, aceitar o convite
de amor de alguém e, nele encontrar um olhar carregado de promessas. Um porto
seguro de onde eu jamais tivesse necessidade de partir... Porque partir foi
tudo o que eu fiz desde que encontrei você.
Por isso, hoje, o pouso, o abrigo. Quero
dar descanso para as minhas asas. Nunca mais deserto... Nunca mais solidão.
Um comentário:
Ihh Julieta que lindo !!
adoro romance assim 'rasgado' e declarações de amor são sempre perfeitas_as de ontem _porque hoje os tempos são loucos,
não há romance algum em 'ficar'não acha?
rs
Muito lírico os seus quereres !e tão bom ter os escritores-poetas que falam por nós exatamente o que sentimos em relação a perdas de amores e de sonhos
( sempre quis escrever bonito assim)rs
Parabéns Ju _ adorei!
deixo abraços e saudade!
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