De tudo o que digo fica um pouco de
mim, mas do que não falo – calo - sou eu inteira... Autobiografando nas entrelinhas.
É
interessante observar como as pessoas que você conhece e com quem conviveu por,
apenas, um curto período, tomam posse da sua identidade e dizem de maneira
enfática: conheço essa pessoa como a palma da minha mão! Em se tratando de mim,
discordo! Ainda não entreguei a minha alma nem a ofereci como escambo.
Portanto, ninguém conhece ninguém...
Carrego
muitas pessoas dentro de mim, que não se encaixam na palma da mão de quem quer
que seja. Fico brava quando vejo alguém dizer que me conhece muito bem. Não,
ninguém me conhece tão bem quanto eu mesma! O que eu fiz ou quem eu fui no pretérito,
passou... Eu me reinvento a cada instante! Aprendo com a dor, com o sofrimento,
com os sonhos desfeitos, com as ilusões perdidas e, também, com a ventura, a
alegria e a felicidade. Por isso, um aviso aos navegantes que viajaram comigo
em um barco chamado passado: por excesso de carimbos o meu passaporte venceu. Tirei
outro, renovei a fotografia, acrescentei dados e anos que contam um pouco mais
sobre a minha história e quem eu sou.
Não sou mais
solteira, viúva ou divorciada. Não sou mais tanta coisa! Casei comigo mesma. Assumi os meus erros, os acertos
e revi os passos do meu caminho... Renasci. Aqui, nesse lugar onde estou hoje, tem
um pouco do que já fui, sim, mas muito de mim ainda está em construção. E, é aqui, que eu me reinvento todo dia... Sou
um aprendiz do caminho!
Então, como
pode alguém que me conheceu há dez, vinte, trinta ou quarenta anos dizer que me
conhece muito bem? A minha biografia ainda não foi escrita. E, só eu posso
escrevê-la, portanto não tentem me definir ou me encaixar nas palmas das suas
mãos...
Eu sou muito
mais que isso, que vocês sabem e falam a meu respeito.
Um comentário:
Adoro as pessoas que me revisitam a cada momento. A essas, sim, dou acesso livre ao que de mais intimo há em mim.
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