Reconstruindo Caminhos

Reconstruindo Caminhos
Escrevo porque chove saudades no terreno das minhas lembranças e na escrita eu deságuo as minhas urgências, curo velhas feridas e engano o relógio das horas trazendo o passado para brincar de aqui e agora... Costumo dizer que no calçadão da minha memória há sempre uma saudade de prontidão à espreita de que a linguagem da emoção faça barulho dentro de mim e que, nessa hora, o sal das minhas lágrimas aumente o brilho do meu olhar e uma inquietação ponha em desalinho o baú de onde emergem as minhas lembranças, para que eu possa, finalmente, render-me à folha de papel em branco...

dezembro 11, 2020

Reflexão em Época de Pandemia

 








O ano de 2020 ficará marcado em nossa memória como um lembrete de Deus – para quem Nele acredita. Um aviso, um conselho, quiçá uma advertência amorosa de um pai atento aos desmandos dos seus filhos.

A azáfama diária com a qual conduzimos as nossas vidas até o advento da Covid-19, não nos permitiu o benefício da reflexão. Tínhamos pressa em viver, em aproveitar a vida... Cada mergulho na superficialidade dos dias era comemorado com um flash. O caráter efêmero das coisas e da nossa existência não nos preocupava. Julgávamo-nos imortais.

Então, apareceu a pandemia e, com ela, a necessidade de refletirmos sobre valores, comportamentos, atitudes e ações que deverão nortear a nossa caminhada daqui para a frente.

A soberba, a empáfia, a vaidade, a ignorância e o egoísmo de alguns são substantivos que, agora, repousam sob a lápide do esquecimento, advertindo-nos de que ninguém é uma ilha e de que juntos somos mais.

Não nos cabe, aqui, investirmo-nos no cargo de juízes da humanidade, nem ditar padrões e normas do que é certo ou errado em relação ao negativismo e ao pouco caso sobre a pandemia.

A cada um é dado o direito a escolhas e às suas consequências. Mas a verdade é que a Covid-19 destronou a nossa arrogância, obrigando-nos a substituir tais substantivos por outros que possam adjetivar a nossa essência: bondade, solidariedade, caridade e empatia. Este último o melhor termômetro para medir o caráter das pessoas.

A empatia nos faz enxergar, compreender e colocarmo-nos no lugar do nosso semelhante. Este outro ser que tem o sagrado direito de viver com a mesma dignidade que almejamos para nós. Quando subtraímos dele, este direito, elevamos o nosso egoísmo ao mais alto grau de incivilidade.

Por esta razão é que vale a pena, em qualquer circunstância, assumirmos o lugar do outro e perguntar:

- E se fosse comigo ou com a minha família, o que eu faria?

Pois é, a dor do mundo tem de ser a minha dor! Somos todos habitantes de um mesmo planeta e sujeitos aos mesmos problemas.

A mesa farta, a opulência, o emprego, o acesso à saúde e à educação não são garantias “ad aeternum”. Tampouco a fome, a miséria, o desemprego e a ignorância. A roda gigante gira. As coisas mudam de mão, de direção e de sentido. Temos exemplos na política e nas grandes fortunas que não nos deixam mentir. Um dia estamos no pódio da vida, noutros deixamos a vida palaciana e beijamos a lona.

O ano 2020 e a Covid-19 são um convite à reflexão. Ou mantemos a nossa vigilância e mudamos as nossas atitudes e escolhas, ou descansaremos muito em breve sob a lápide do esquecimento. A Covid-19 vai passar... As pessoas passarão!

Um comentário:

chica disse...

Todos temos que pelo menos ter aprendido um pouco com tudo isso que passamos e vivenciamos nesse ano! Agora, com esperança e fé, vivemos o último fds do ano e seguimos pro 2021, com esparança de vacinas que nos libertem! beijos, FELIZ 2021! chica