Como pode alguém relegar as suas lembranças e expatriá-las para longe de si, quando, na verdade, somos todos colcha de retalhos que vamos juntando dia a dia, tirando-os do baú das nossas recordações e agregando-os às nossas saudades esquecidas?
Entre perplexa e estupefata, indaguei: será que o leitor teve, em sua infância, o afago de uma mão amiga a guiar-lhe pelos caminhos que constroem o que seria o museu das nossas primeiras impressões e com as quais, mais tarde, vamos edificar o templo das nossas convicções?
De minha parte, devo dizer-lhe, caro jornalista, que todos os dias, durante todos esses anos, acompanhei os seus passos e fui peregrina de todas as suas emoções em “Caminhos de Mim”. Devo dizer-lhe ainda mais: que aprendi a cultivar as minhas saudades esquecidas, trazendo-as à tona quando delas necessito para tornar os meus dias mais leves, graças à poesia, à delicadeza e ao encantamento que os seus textos me proporcionam.
Durante todo esse tempo, mantive em silêncio a admiração e o respeito, que a sua alma de poeta desperta em mim. Não mais me calo! Ergo, hoje, um brinde àquele que torna os meus dias um eterno trinar de passarinhos e alimenta a minha alma, com a mais doce de todas as canções. Ah, se todos fossem iguais a você... Que maravilha viver!
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