Sou uma romântica incorrigível, dessas que embarcam na saudade e perdem o passaporte, tornando-se refém das lembranças e dos amores que o tempo levou. Numa época de relações descartáveis, ainda, não fiz do meu corpo a capela dos meus desejos. Na contramão do tempo eu estou à deriva! Mergulho fundo nas águas turvas do meu passado para ver se encontro racionalidade para as minhas escolhas – as saudades sentidas - e nelas, encontro a saída: quando o amor fez bonito em nossas vidas e nos deixou um legado de boas recordações, amar é jamais ter que despedir-se.
Na intimidade das minhas lembranças há buquê de rosas contando uma história de amor: há um pão quentinho recém saído do forno, um ouvido atento e uma cumplicidade amorosa; uma coca-cola resgatada numa noite escura e perigosa, uma intimidade de silêncios que as palavras não conseguem traduzir e um dar-se as mãos com ternura, que nenhuma relação, por mais íntima, é capaz de alcançar.
As minhas saudades carecem de muito espaço, elas se fazem presentes, ainda, no arrepio do meu corpo quando escuto a música, tema da nossa história de amor. Elas aparecem quando estupefata constato que a felicidade, de hoje, é uma eterna busca por segurança e não por intimidades... E aí, eu lembro você e o seu amor sem igual.
Ao me debruçar, neste momento, sobre as páginas viradas da nossa história, eu tomo emprestadas as asas de um querubim e com elas alço vôos em sua direção para dizer que: “começaria tudo outra vez se preciso fosse, meu amor”, pois amar você valeu à pena... Demais!
(...).
E o passaporte? Ah, esse vai continuar perdido!
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