Feito um pássaro eu desejei alçar voos e em manobras aéreas me perder no silêncio até encontrar o eco do teu gorjeio, e contigo aninhar. Não consegui! A tua natureza migratória cansou as minhas asas e os teus arrufos sinalizaram a nossa falta de sintonia.
E agora, estou em meu refúgio – solitária - observando o outono se despedir à medida que o inverno avizinha-se. Então, lembro do nosso último encontro e em meu sítio de memórias, busco as minhas asas e relembro: havíamos saído em bando, mas nos isolamos em nossas semelhanças. Ali nascia uma grande amizade, sem defesa e nenhuma proteção acolhi-me em tuas asas, desejando que elas fossem o meu passaporte para a felicidade. Voamos em céu de brigadeiro e, por um longo tempo, nenhuma nuvem ameaçou a nossa rota, até que um dia, os primeiros sinais de ‘tempestade’ me deixaram em alerta. A primavera estava chegando e com ela, a alternância e a renovação da vida te convidavam a migrar. Aceitaste o convite! A tua natureza revelou-se na linguagem da despedida e, em meio à turbulência do nosso último voo, partiste deixando-me sozinha... Sem paraquedas!
E hoje, refeita de todo o encantamento que a tua presença provocou em minha vida, eu caminho nas minhas saudades, lembrando que uma andorinha só não faz verão... E recolho as minhas asas partidas.
Um comentário:
Minha querida é exatamente isso tudo que eu e marido deliciosamente vamos saborear na pequena cidade em que fomos criados onde temos uma casinha. E ainda com direito a reencontro com amigos de infância e muita conversa e recordação.
Beijoca.
Nilda.
http://meucantin5.blogspot.com/
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