Feito nuvem de algodão doce a brincar com os meus sentidos, a tela do computador me convida a escrever sobre as saudades que venho acumulando ao longo dos anos. Hesito por saber-lhes românticas e, por que sei que logo vão lhes dar nomes, endereço e carteira de identidade. Mas, como resistir ao convite se vivo submersa em lembranças de um passado ainda tão recente.
Gosto, sim, de escrever sobre o amor. Coleciono saudades. Misturo lembranças de amores vividos com fantasias, e assim, componho os meus sonhos. Porém, não há destinatários para as minhas palavras de amor a não ser o próprio amor. Ele, e somente ele, tem a chave perdida dos desejos secretos, para cuidar dos meus devaneios dando-lhes abrigo, acariciando o meu coração em noites de tormenta.
Portanto, não ousem jamais atribuir nomes as minhas saudades, porque de verdadeiro só existe o que sinto, o mais são trocadilhos de palavras que os incautos se apropriam para saciarem as suas vaidades.
2 comentários:
Pois continue sentindo e escrevendo... enquanto a gente acompanha desejando mais
bjs
Demorei demais para ler esse texto.
Minha opinião? Sensacional!
De um lirismo e uma sinceridade encantadores!
Lindo, lindo, lindo, Dona Ju!
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