Na oficina do tempo ela guardou um olhar de saudade e durante anos a sua vida foi só isso: esperançar. Nos papéis em branco acordou memórias, costurou letras, teceu sonhos e vesti-os de amor, para que ele percebesse nas entrelinhas a colcha de retalhos que ela cerzia com saudade e esperança, enquanto aguardava por uma resposta ou explicação que nunca veio... Distraia-se relendo velhas cartas e revendo fotografias que, vez ou outra, tirava do fundo de uma gaveta só para editar as lembranças dos dias felizes que passaram juntos, pois naquelas páginas amareladas ainda dormiam as frases de um amor rubro e, nas pausas das fotografias, a doce esperança de um reencontro. Mas, agora que estava prestes a fazer a viagem final, decidiu não mais esconder a chama daquele amor que a consumiu por tantos anos. Chega de entrelinhas, de parágrafos suspensos e de evasivas! Chega de guardar saudades! Amava aquele homem desde os seus 15 anos de idade e por mais que a atitude dele tenha desarrumado a paisagem dos seus sonhos, nada do que ele fizera tinha importância naquele momento em que as recordações contavam a história de um amor para além do tempo. Amava-o e isto lhe bastava.
Pensando nisso, enviou-lhe esta confissão de amor: - “não procure mais descobrir o destinatário das minhas palavras de amor. Elas foram e, sempre, serão para você. Adeus!”
Crédito de Imagem: Existe um Olhar (o blog da minha doce amiga Manu)
Nenhum comentário:
Postar um comentário