Em ritmo de bolero as palavras dançam no céu da minha boca... Duas pra lá duas pra cá.
Quero falar de amor...
De soslaio, olho para o alfabeto - que desfila em seu traje de gala extasiando-se no perfume embriagador das promessas verbais - e penso: até quando, brincar com as palavras me será útil para entender os sentimentos confusos que passeiam dentro de mim, desarmando frases e perdoando discursos, num exercício de contradição tão evidente, que nenhum alfabeto será capaz de me conceder o 'habeas corpus'.
Consulto o tempo e ele diz: você ainda é uma garota sonhadora que se debruça sobre a linguagem para recolher instantes de amor. Volto, então, às letras e pergunto-lhes sobre a importância das palavras. Elas respondem: tempo, palavras-promessa e ventos são os três mosqueteiros que destroem o código do amor.
Não satisfeita eu retorno ao salão - o céu da minha boca – aproveito o ritmo contagiante do frevo e dissolvo em segundos a sopa de letras que expõe a minha fragilidade e a minha dor... Justifico-me dizendo: são brincadeiras do dicionário num encontro com o alfabeto do desamor. E minto. (...).
Palavras-promessa espalham-se aos ventos e eu sigo brincando, ora outorgando-lhes poderes incontestáveis ora trapaceando mentiras de amor.
Um comentário:
Tia Juuu!!
lá no interior da Bahia, onde eu morei, tínhamos um pé de flamboiant também!
Parece que ele tem uma sina pra ter um balanço pendurado nele, o nosso também tinha... passar as tardes ou esperar o anoitecer tendo ele como companheiro era uma sensação confortante.
Beijos tia Ju!
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