Pelas frestas da memória visito o meu estoque de recordações, faço um inventário das minhas saudades e penso: construir-me é um processo difícil e doloroso, pois a vida e as suas urgências tentam me ensinar a abrir mão de pessoas, coisas e lugares e eu não consigo.
Já faz algum tempo que, intimada pelo carinho dos meus filhos, resolvi fazer uma faxina em meus porões. Lá, encontrei um baú repleto de lembranças que me expôs o que chamo de minha pátria de intimidades. Nessa ocasião, remexendo em velhas fotografias, cartas de amor e pedaços de carinhos, pensei: na minha vida ninguém está de passagem e, por isso, em meus afetos também não há prazos de validade.
Como posso esquecer as pessoas que partiram encantadas pelo brilho das estrelas? E as outras que, acreditando nas promessas do porvir, permaneceram ao meu lado desafiando o tempo da esperança?
Como deixar de ouvir palavras alinhavadas em ternuras - antecipando carinhos - e sentir cheiros que ficaram guardados no sítio da memória?
Como não revisitar lugares que remetem a uma alegria escancarada, se em todas as minhas lembranças há sempre um rastro de felicidade?
Por tudo isso, parece que o meu destino é não aprender a dizer adeus, pois no enredo da minha vida não há um alvará de soltura para a saudade.
10 comentários:
Juliêta,
por estas frestas a gente acaba reorganizando os afetos... e, de verdade, tudo nos serviu, tudo nos coube...
lindo esse seu rastro de felicidade...
linda essa sua maneira de sentir saudades...
beijo carinhoso, e não posso deixar de dizer maisuma vez que sempre saio daqui absolutamente encantada....
Olá Julieta
Adorei olhar para o seu estoque de recordações, mas acima de tudo a forma como olha para elas.
Pessoas, lugares, palavras são eternas lembranças de alguém que vive com plenitude e sabedoria.
Beijos
Manu
Juliêta,
Agradeço pelo carinho de me ler na Crônica do Dia.
Também eu li, de um vez só, a 'capa' do seu blog e me encantei com seus escritos sobre saudade e tempo...
E é isso: a vida passa num segundo, não?
Obrigada por seus textos também - vc escreve com muito sentimento (e muito bem!).
Super beijo.
Dona Juliêta,
Juliana me passou o endereço do teu blog. Estou encantada com seus texto. Esses dias tb abri meu estoque de recordações e estava lembrando dos bons momentos que passamos nas minhas ferias em Joao Pessoa. Os jatares, as sobremesas que só a senhora sabe fazer.
Apesar da distancia e do tempo que nao nos falamos lembro muito da senhora minha fiel concorrente.
Um beijo no seu coração.
Simone Simiema ( amiga de Goiás)
Oi Julieta
Como nossa memória guarda as lembranças mais sublimes e as mais tristes e doídas!!
então a saudade permanece em grandes estoques e gosto de mexer e revirar tudo rs
Lindo texto
abraços
Eu sempre fico com saudades quando leio seus posts. Eles sempre tem um quê de saudosismo. Sinto falta de tudo tb.
Sempre há motivos e momentos em que ela,a danadinha da saudade aparece...Lindo!beijos,linda semana, essa do teu niver,né?chica
Venho aqui, agora, adiantadinha, pranão correr o risco de esquecer,te deixar meu beijo e desejar FELICIDADES SEMPRE pelo niver,dia 29. Parabéns e que seja lindo teu niver e teus dias!beijos,chica
Oi Juliêta
Passando pra deixar meu abraço e dizer que "roubei" umas palavrinhas usas dessas que só voce sabe escrever. rs e levei pra comemorar comigo.
E o post saiu até adiantado porque o mouse deu um defeitinho e clickei no
publicar em vez de salvar,aí deixei hoje mesmo com data de amanhã.
vê lá e diga se ficou bom, nao zangue por ter feito como as vezes fazemos com poetas consagrados colhemos a melhor parte. rs
abraços
Olá Julieta,
Acabei de ler no blog da Lis o poema que ela escolheu...lindo. Senti vontade de dar aqui uma espreitadela e gostei deste "licença para sentir saudades"...
é bom quando conseguimos espreitar pela fresta da memória e recordar os momentos lindos que já vivemos.
A vida nos oferece muitos mais se estivermos dispostos a vivê-los.
um abraço
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