“Há realidades que só a ficção suporta”. (Eliane Brum)
Todos sabem que os escritores têm a imaginação fértil e que a "literatura é o território da liberdade". De suas mentes saem histórias incríveis capazes de confundir, arrepiar, emocionar ou encantar o mais experiente leitor. São cérebros privilegiados desafiando o pensamento alheio em sua capacidade de perceber a diferença entre a realidade e a fantasia. Eu não sou escritora, porém, gostaria de sê-lo. E não é falsa modéstia e, sim, a compreensão de que me faltam conhecimento e técnica. Na arte de escrever, eu me defino apenas como uma aprendiza, que tem a sorte de ser auxiliada por ferramentas – dicionários – que não permitem que eu resvale pelos erros mais elementares do idioma pátrio. Sou uma escrevinhadora que gosta de brincar com as palavras e, às vezes, passeia por entre as letras do alfabeto tentando colhê-las para ver se algo faz sentido. E, é isto o que vou fazer a partir de agora.
Nesse momento, enquanto escrevo, o mundo lá fora arde em chamas: cinzas do vulcão Cabulco, no Chile, se espalham e cobrem o ar que respiramos. No Nepal, um terremoto leva tudo o que construímos numa vida inteira mostrando-nos que nada é permanente. E a grande lição que fica dessas duas realidades é que o tempo devora certezas: tudo o que tínhamos e sabíamos não temos mais... Então, eu me pergunto: - se o tempo devora certezas, por que nos deixamos enredar pelas miudezas da vida e passamos tanto tempo diante do computador tentando provar ao mundo quem somos?
- Não tenho respostas prontas, no entanto, ouso dizer que somos passageiros da ilusão e habitamos um mundo de faz de conta porque temos medo do outro e do quanto a proximidade com ele pode revelar sobre nós mesmos, pois como bem disse a escritora Eliane Brum: - “Há realidades que só a ficção suporta”. E, por causa disso, nos escondemos nas palavras e damos vida a uma vida que não nos pertence.
É muito fácil criar um roteiro fantástico para os nossos dias, basta nos sentarmos em frente ao computador e acionarmos algumas teclas. De repente, como num passe de mágica, temos um milhão de amigos, somos todos lindos e maravilhosos, temos o melhor emprego do mundo, a melhor casa, o companheiro perfeito, fazemos e frequentamos as melhores festas, os restaurantes da moda, conhecemos os lugares mais badalados e, ainda por cima, temos livre trânsito entre “os bem nascidos” ... É pouco espaço para tanto ego! No país do Facebook ninguém sente tristeza, abandono, solidão... Todos são felizes para sempre. E, se algo sai fora da cartilha da felicidade e nos incomoda, uma simples tecla – delete – resolve o problema. Saltar desse mundo ideal, mas irreal, onde o presente é saqueado e o futuro uma incógnita é um trabalho hercúleo, porque como diz, Milton Nascimento, na canção, Maria, Maria: “é preciso ter força, é preciso ter raça”. E, Fé! Na vida e em si mesmo.
É bem verdade que a vida, fora do roteiro que digitamos, pode ser bem menos glamorosa, mas quem sabe seja plena de afetos e carinhos verdadeiros. É sempre bom lembrar o que disse o escritor Eduardo Galeano: - “somos um instantezinho, nada mais, na memória do tempo”, então se faz necessário que saibamos empregá-lo com inteligência e lucidez.
Por isso, nesse momento, ao observar o cotidiano em suas pequenas e grandes tragédias, eu reflito sobre a necessidade de ressignificarmos os nossos hábitos para que possamos ter um novo olhar. Um olhar que nos permita sair da zona de conforto e da bolha de isolamento na qual nos escondemos através das teclas. Precisamos aprender que a vida não pode ser guardada para se viver depois. A impermanência nos ensina que nada é para sempre e que o roteiro da nossa existência deve ser tão real quanto um almoço de domingo em família: pleno de carinho, afeto e cumplicidade. Ao vivo e em cores. O resto é digitação!
Nesse momento, enquanto escrevo, o mundo lá fora arde em chamas: cinzas do vulcão Cabulco, no Chile, se espalham e cobrem o ar que respiramos. No Nepal, um terremoto leva tudo o que construímos numa vida inteira mostrando-nos que nada é permanente. E a grande lição que fica dessas duas realidades é que o tempo devora certezas: tudo o que tínhamos e sabíamos não temos mais... Então, eu me pergunto: - se o tempo devora certezas, por que nos deixamos enredar pelas miudezas da vida e passamos tanto tempo diante do computador tentando provar ao mundo quem somos?
- Não tenho respostas prontas, no entanto, ouso dizer que somos passageiros da ilusão e habitamos um mundo de faz de conta porque temos medo do outro e do quanto a proximidade com ele pode revelar sobre nós mesmos, pois como bem disse a escritora Eliane Brum: - “Há realidades que só a ficção suporta”. E, por causa disso, nos escondemos nas palavras e damos vida a uma vida que não nos pertence.
É muito fácil criar um roteiro fantástico para os nossos dias, basta nos sentarmos em frente ao computador e acionarmos algumas teclas. De repente, como num passe de mágica, temos um milhão de amigos, somos todos lindos e maravilhosos, temos o melhor emprego do mundo, a melhor casa, o companheiro perfeito, fazemos e frequentamos as melhores festas, os restaurantes da moda, conhecemos os lugares mais badalados e, ainda por cima, temos livre trânsito entre “os bem nascidos” ... É pouco espaço para tanto ego! No país do Facebook ninguém sente tristeza, abandono, solidão... Todos são felizes para sempre. E, se algo sai fora da cartilha da felicidade e nos incomoda, uma simples tecla – delete – resolve o problema. Saltar desse mundo ideal, mas irreal, onde o presente é saqueado e o futuro uma incógnita é um trabalho hercúleo, porque como diz, Milton Nascimento, na canção, Maria, Maria: “é preciso ter força, é preciso ter raça”. E, Fé! Na vida e em si mesmo.
É bem verdade que a vida, fora do roteiro que digitamos, pode ser bem menos glamorosa, mas quem sabe seja plena de afetos e carinhos verdadeiros. É sempre bom lembrar o que disse o escritor Eduardo Galeano: - “somos um instantezinho, nada mais, na memória do tempo”, então se faz necessário que saibamos empregá-lo com inteligência e lucidez.
Por isso, nesse momento, ao observar o cotidiano em suas pequenas e grandes tragédias, eu reflito sobre a necessidade de ressignificarmos os nossos hábitos para que possamos ter um novo olhar. Um olhar que nos permita sair da zona de conforto e da bolha de isolamento na qual nos escondemos através das teclas. Precisamos aprender que a vida não pode ser guardada para se viver depois. A impermanência nos ensina que nada é para sempre e que o roteiro da nossa existência deve ser tão real quanto um almoço de domingo em família: pleno de carinho, afeto e cumplicidade. Ao vivo e em cores. O resto é digitação!
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