Hoje, vou economizar letras e sinais de pontuação. O recado abaixo é curto, simples e definitivo.
Sob a proteção das palavras, eu enceno uma peça que não é minha, represento um papel e visto um personagem que não cabe em mim. Sou toda reticências. Brinco com a utopia. Então, se me perguntas quem eu sou, respondo: - sou o não dito. As palavras não me representam, nem me definem, pelo contrário, são letras mortas que um dia afligiram a minha alma, cortaram-me a carne e alinhavaram uma solidão escolhida. Por isso, quero deixar um recado: não alimentes a tua vaidade, tampouco o teu orgulho com as frases de um amor que a essa altura não existe mais, pois quando o celular toca e vejo que és tu, opto pelo silêncio. O corpo ainda pulsa e dói. Sinto a tua falta! Mas, decidi: antes só do que mal acompanhada... Cansei de amores requentados e da tua covardia. Não me telefones mais!
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